sexta-feira, dezembro 22, 2006

Rápido Retorno ao Retorno de Saturno

A DaniB leu meu post e fez um comentário sobre "sentir medo do Retorno de Saturno" e eu lembrei que de fato nunca pensei no assunto até fazer 29 anos e ler o post que ela escreveu aqui para mim. Acho que desde que li Balzac, com 14 anos, eu sempre estive tão focada ou em morrer aos 27 ou chegar aos 30 e finalmente ser uma balzaquiana que os 29 anos nunca me passaram pela cabeça.

Só que como a Dani que tem realmente curtido o Retorno de Saturno e que está abraçando a vida que tinha planejado, apesar de ainda não ter decidido o que vou ser quando crescer, senti que devia escrever aqui que o mais legal foi a Jornada e pô, algo me diz que realmente vou curtir os próximos 28 anos, enquanto Saturno estiver dando outra volta vou aproveitar para me preparar de novo, porque foi isso que eu fiz, e vou continuar fazendo: Me preparando e curtindo o caminho, mesmo agora, cansada depois de ter trabalhado direto desde ás 8 da manhã até ás 22:30, eu ainda digo que curti, só hoje desde que eu acordei ás 6:30 até agora já deu tempo de rir no messenger, de marcar baladaS para amanhã e sábado, pensar na viagem de Reveillon, ouvir boa música, comer boa comida, andar na rua, ver o Sol e o céu, ver TV, ler a Contigo, ir no supermercado, cozinhar e agora eu ainda consigo escrever. E isso foi tudo em um dia só, deixando tanta coisa de fora, porra, esse ano, os 28 passados e os 100 futuros serão bons. Ótimos.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Toc Toc - Quem bate? - É Satuuurno....

No meu niver a DaniB fez um post com um pedaço de Vinte e nove do Legião e nesse pedaço, aparece o tal famoso Retorno de Saturno, aí que semana passada eu comentei sobre esse retorno com uma amiga cujo nome começa com 'D', mas não é Dani, e de novo nessa 2a. com a DaniDani.

**Parêntesis: Retorno de Saturno é quando, a cada mais ou menos 28 anos, Saturno dá uma volta completa e volta para o lugar onde ele estava quando você nasceu, e aí que ele chega batendo à porta, cobrando tudo de importante que você deixou de lado, que você esqueceu, que ficou para trás. Cobrando que você viva aquela tal vida que você tinha planejado.

Esse ano, aos Vinte e Nove, a DaniDani, a minha amiga 'D' e eu estamos vivendo nossos Retornos de Saturno. E é engraçado como cada uma anda sentindo isso, a DaniDani diz que já está vivendo a crise dos 30 antecipada e anda repensando suas prioridades, a 'D' largou o emprego e está repensando a vida e eu achava que não tinha sido afetada, mas pensando de novo, algumas atitudes e posturas mudaram bastante, em bem pouco tempo.

Com isso eu chego em algo que conversei com a DaniB no fds, e com o Guss no começo dessa semana, em como o meio afeta, influencia o indivíduo, assim, no mundo que a DaniB freqüenta ás vezes, o normal são os namoros longos, casar cedo, e apesar dela não necessariamente sentir isso, ou mesmo concordar com isso, ela sente que as pessoas à volta dela esperam isso, não dela, mas da vida, entende? No meu meio é o contrário, alguns até namoram há séculos, mas é comum estar solteiro, é comum casar só depois dos 30, o esquisito é casar aos 22.

Agora lembrei que no fds eu comentei que um ano eu passei o reveillon sozinha e que foi jóia, mas a primeira pergunta que me fizeram foi "mas você estava deprê porque tinha terminado um namoro?" Com isso eu sinto necessidade de dizer que as três que estamos vivendo nossos Retornos de Saturno, mesmo solteiras, não estamos preocupadas, nem pensando nisso, nossas questões são bem diferentes e relacionada à profissional, moradia, responsabilidades, definitivamente não relacionamentos.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

You don't have a cell phone, a pager, a blackberry, nothing?

Estava com um amigo no telefone agora pouco discutindo um sms a ser enviado e aí eu pensei na questão da 'comunicação moderna'.

Uma das Danis já foi conquistada por sms's, na minha vida é meio recorrente esse papo de moços que ficam com medo de ligar por isso ficam mandando sms. Até trocar de celular eu tinha arquivada uma msg muito importante, pertinente à uma das Danis, que serviria de prova se ocorresse um momento de negação - que ainda bem nunca precisou ser usada, exceto para tiração de barato. Outra Dani define toques fofos para meninos por quem ela está apaixonadinha.

Emails recebidos de moços fofos são devidamente encaminhados para as Danis, entre as Danis. Emails incompreendidos também, especialmente antes de clicar em 'Reply'. Rolam (hoje em dia nem tanto, mas rolavam) vários - e por vários eu quero dizer mais de 30 - emails entre as Danis para resolver 'replies', 'sms', telefonemas, e até conversas online no messenger com meninos.

Eu fico imaginando se Danis Vitorianas se reuniam para decidir como responder cartas românticas... Se Danis das cavernas se reuniam para escolher a melhor estratégia para serem nocauteadas e puxadas pelos cabelos... Acredito que sim.

A diferença hoje é que é tudo muito mais rápido, não só os fatos em si, mas especialmente a comunicação, a Dani já recebeu updates / msg de indignação antes de eu chegar no elevador do saguão do meu prédio, no meio da madrugada.

E apesar de ser a Dani que mais ama 'tecnologia', tem horas que eu admito que ela atrapalha, é tão fácil confundir tudo num mundo onde as pessoas preferem conversar online, por sms, por email do que cara a cara, sem ver a linguagem corporal, sem interlocutor per se. Houve épocas em que eu falava mais com a Lilian, em Búzios, por messenger, do que com o menino que trabalhava na mesa vizinha. Eu falo mais com as Danis, por email, do que com a menina que senta do meu lado. E agora eu tenho email e messenger no meu celular. Necessidade maluca essa de estar 'online'.

O menino do Senegal que estava na Índia comigo, continuou trabalhando (em Boston) por Blackberry! Os lugares mal telefone tinham!

O melhor encontro da minha vida foi um que começou por internet, um sábado á noite, em 2000, eu estava no ICQ, o cara me chamou, começamos a conversar, depois de uma meia hora, sem ver foto nem nada, desistimos de falar online e resolvemos ir jantar juntos, lá pelas 22h nos encontramos no restaurante, conversamos, cara a cara, ao vivo até literalmente fecharem o restaurante e colocarem as chaves dos nossos carros no balcão, ás 3 da manhã. Como a conversa não tinha acabado resolvemos ir p/ outro lugar. Era 7 da manhã e o papo ainda não tinha terminado, teve que ficar para o dia seguinte, e o outro e depois mais outro...

Mensagem de texto, messenger, email, carta, telegrama, scrap, tudo isso deveria facilitar e simplicar a comunicação, mas ás vezes eu sinto que atrapalha, nada como um bom olho no olho.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

For christssake, how old are you??

Como a DaniB e eu estamos falando tanto em cinema (e eu acabei de receber um email de um amigo com o assunto: ”Da o cú pro cavalo... essa bicha exagerou”), vou juntar dois posts que eu pretendia fazer há tempos... Um para mencionar que eu finalmente consegui assistir Clerks 2 e outro para falar de 'idade estacionária'.

Eu assisti o primeiro Clerks com uns 14 anos de idade e adorei, Chasing Amy é um dos filmes da minha vida - ”I got here on my own terms, and I have no question there was some place I didn't look. And for me that makes all the difference“, amei Dogma e acho até Mall Rats (que fica melhor porque tem a Brenda), e Jersey Girl legais. Então óbvio que Clerks 2 foi tudo.

E em todos esses filmes os adultos são adultescentes, como eu, como meus amigos, síndrome de Peter Pan generalizada, e a DaniDani e eu tivemos esse papo outro dia, sobre em Qual idade você estacionou? Eu estacionei nos 23 anos, a DaniDani também, nos 23, 24 anos, a Lilian que acabou também dando a opinião dela, disse que não estacionou, apesar de ter diminuído a marcha em algumas épocas.

É isso, todo mundo pára, ou pelo menos tenta parar em alguma idade, seja porque está sendo legal, seja porque crescer sempre dá um pouco de medo. Engraçado que voltando da Índia eu comentei com o Guss como foi interessante viajar com pessoas da minha idade mesmo, um pouco mais novas na verdade e como eles pareciam mais adultos, parece que eu sempre me comporto mais 'adolescente' na cia. de pessoas que me conhecem menos. As idades, comportamentos, vidas do pessoal com quem eu viajei foi algo que realmente me fez pensar, durante e depois da viagem.

Houve uma época em que eu me sentia uma pessoa de 40 anos, parecia que eu já tinha visto demais, hoje eu penso que o que eu sentia naquela época era uma coisa meio 'enfastiada', sabe? Eu não estava velha, eu só tinha cansado de 'mais do mesmo'. Hoje eu sinto como se quase tudo tivesse um pouco de gosto de novidade, me sinto com 23 anos, mas com preparo e experiência de uma pessoa de 30 para lidar com as novidades.

Por outro lado, quando eu olho para trás e vejo todas as vidas diferentes que eu já vivi e tantas coisas que eu vi não dá para negar que bate um certo cansaço (não é bem essa a palavra certa, mas não estou encontrando outra melhor nesse momento).

E aí, em qual idade você estacionou?

quarta-feira, dezembro 06, 2006

No escurinho do cinema...

Ontem foi um dia que eu realmente precisava ficar sozinha, sem nenhum motivo específico, só estava muito cansada para conversar e até mesmo pensar, então decidi fazer algo que há algumas semanas não fazia e que me faz um bem enorme: ir ao cinema sozinha.
Fui ver um filme totalmente light, que não exigia muito da minha inteligência. Era sobre um tema que está na moda, com uma historia padrão e com um final previsível, mas com uma fotografia linda e com vários trechos em francês, ou seja, exatamente o que eu estava procurando.
Esta é a grande magia dos filmes, é um momento que você se envolve tanto em um mundo que não é o seu, que não é o real, que simplesmente se esquece do que está em volta, esquece dos problemas do dia, da hora, de onde está e assisti histórias, tramas, romances, dramas que já podem ter acontecido com você, ou com algum conhecido, ou que talvez nunca vá acontecer, mas é um momento que a sua imaginação pode viajar, totalmente desprendida de regras ou limites.
A sensação que eu tenho quando saio de uma sala de cinema, é que por algumas horas eu saí do meu corpo e estava transitando entre o filme e as minha experiências de vida, por isto saio mais leve, mais tranqüila, as vezes mais triste, mais emocionada, mais apaixonada, mais revoltada e tudo isto sem sair do lugar.
Eu já aprendi várias lições de vida, conheci vários lugares, culturas, línguas, pessoas e muitas outras coisas por uma tela de cinema.
Tem horas na vida que não pode existir companhia melhor do que um filme (e/ou um seriado, no caso das outras Danis).