segunda-feira, junho 16, 2008

La vie en Rose

Quando eu tinha uns 7, 8 anos eu assisti numa Sessão da Tarde qualquer o Superman II, aquele que o Superman salva a Lois Lane caindo da Torre Eiffel. Naquela hora eu decidi que a minha primeira grande viagem seria Paris. Naquele instante eu comecei a amar Paris. Com 17 anos então, a hora da minha primeira grande viagem chegou e eu fui à Paris. Como diz o pai do meu amigo, "fui milho e voltei pipoca".

Quando eu fui escolher aquele 'um' momento que eu levaria para a eternidade, não foi difícil, escolhi um momento 'perdida em Paris', um momento adolescente, 'eu posso tudo', 'o mundo é meu', aquele em que eu me sentia feliz além do imaginável, poderosa como só uma pessoa de 17 anos pode ser, completa, mas com desejo infinito de mais e mais.

Hoje a DaniDani está lá, descobrindo a cidade que me faz sorrir só por existir, só por eu saber que ela está lá, me esperando de braços abertos para quando eu quiser fazer uma pausa em explorar outras coisas e precisar aquietar o facho. Sim, é em Paris que eu pretendo viver quando for bem velhinha. Pra ser bem boba, pensar na DaniDani lá, se perdendo e se encontrando, também me faz sorrir (mesmo triste de não poder estar junto).

É difícil explicar porque Paris é tão especial, quando alguém pensa nela imediatamente pula na cabeça a imagem da Torre Eiffel (que sinceramente eu nem sou tão fã assim, primeiro que a Torre é só um esqueleto, segundo porque é lá que o Jean-Michel Jarre faz show e eu tenho medo dele). A Paris que eu amo não é aquela dos filmes românticos, não é a cidade-luz, nem a cidade do amor, não que ela não seja romântica, mas eu tenho vontade zero de passar minha lua-de-mel lá.

A Paris que eu amo é do Irma La Douce (um dos meus filmes favoritos), suja, linda, tragicômica. É a cidade que te convida a ir um pouco mais devagar, a entrar para tomar um café, se perder numa de suas ruelas, a entrar numa das catacumbas para tomar um vinho, perdendo a noção do tempo, entrar de dia e sair quando já é noite. Onde a Ópera é dentro da igreja (Tia, passe na Fnac e compre qualquer ingresso para qualquer concerto na Église de la Madeleine!!!), o rock é no metrô e o metrô é um ser com vontade própria com estações que abrem e fecham nos horários que elas quiserem. A cidade que faz com que nós, meninas altamente motorizadas e dependentes dos nossos carros, andem, andem e andem. Porque é andando na rua que a cidade se permite ser descoberta.

Como canta a Edith Piaf, Tia, viva a vida cor-de-rosa, da próxima eu vou junto, explore Paris, aproveita para se redescobrir mais uma vez.
Et des que je l'apercois
Alors je sens en moi
Mon coeur qui bat

...Un grand bonheur qui prend sa place
Des enuis des chagrins, des phases
Heureux, heureux a en mourir.

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