Esse post eu tinha pensado em escrever no meu blog, mas como eu fui ver Vicky Cristina Barcelona com a DaniB e saímos abaladíssimas, precisando sentar e falar mais e mais e ela me deu uma tremenda luz (antes mesmo do filme começar); E hoje já começamos o dia trocando email, comentando como continuamos abaladas, como a cabeça está a mil, como foi difícil dormir ontem... Por tudo isso, o post veio para cá.
O Contardo Calligaris disse que saiu sorrindo do filme, eu saí chorando e continuei chorando enquanto tomava café e depois de novo voltando para casa e quando fui dormir. Não era um choro de tristeza exatamente, nem tinha um único motivo específico, era uma coisa meio "chorar me alivia, me ajuda a colocar o que eu nem sei o que é para fora, e depois talvez eu consiga organizar minha bagunça", meio "ai caralho, que merda".
Quando o filme acabou eu tive muito medo de ser a Cristina, que só sabe o que *não* quer, mas não faz idéia do que *quer*, pensei um pouco e o medo passou, eu sei o que *eu* quero, e aceito o que está fora do meu controle para conseguir e não deixo de fazer a minha parte para chegar lá. Depois pensei que estou mais para Juan Antonio na verdade, um bote salva-vidas, que quer que os outros vivam *momentos reais*. Sou a Dani que vive encorajando as Danis e os outros a se jogar, aproveitar, viver com 'V' maiúsculo, ser a velhinha com histórias agridoces. Aí a DaniB me pergunta "tá, e quem vai jogar uma bóia pra você?" e eu choro em cima do café-com-leite.
O que hoje me deu certeza que eu não sou Cristina é que lembrei de uma vez que estava conversando com uma amiga, que não é Dani, sobre o que aprendemos com os relacionamentos passados, mortos e enterrados e eu comecei a listar e não acabava mais, desde coisas bobas, tipo "como amarrar uma gravata" até maiores como "o ser humano é complexo demais, desiste de entender". Eu sempre deixei os outros mudarem a minha vida, meu jeito de pensar, meu mundo.
A DaniB me garantiu que eu mudei a vida de um ex. Outro ex me ligou outro dia para dizer que queria me contar que ele mudou por minha causa e queria me encontrar pra 'agradecer' (código para "e aí, tá desocupada? vamos dar umazinha, ou várias?") - Como estou falando de relacionamentos mortos e enterrados, fiquei tocada com o discurso desse segundo ex e dispensei o encontro ao vivo - E como estou falando da minha vida, a DaniB, quando eu ia deixá-la em casa, viu o outro ex na rua, passeando com o cachorro, fiquei tão surpresa com a habilidade desse ex de aparecer no meu caminho quando estamos falando dele (que atualmente é bem raro) que nem consegui reagir.
É isso, nem Vicky, nem Cristina. Não sou Vicky porque eu tenho coragem - ontem inclusive percebi que realmente sou uma geladeira auto-descongelante, percebi que tinha completamente esquecido de como sofri por um ex (a DaniB acompanhou o processo e me lembrou ontem - eu lembro só do ãhn 'sexo' fantástico, o sofrimento esqueci totalmente). Não sou Cristina (já argumentei o que podia aí em cima). Não sou Maria Emília (thank god, ela é absurda). Não sou Juan (amor-livre nem é meu forte, apesar do sexo casual ser meu esporte favorito). Sou Daniela, DaniEu, ou Kica para os íntimos, e você?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Só consegui ler seu texto hoje e amei!!! Me fez reviver aquele dia tão difícil...
Enquanto lia, eu lembrei daquela música do Raul: "eu prefiro ser esta metamorfose ambulante...".
Por isto, concordo com vc! Somos Danis com D maísculo, com todos os defeitos e qualidades que fazem parte do pacote! Mas se é pra chorar, que seja junto de alguém que nos ama e que mesmo que não entenda muito bem, vai estar lá, sempre!!! Por isto, I'll be there for you! =)
Postar um comentário